Quarta-feira, 26 de Abril de 2006
A luz desmaia num fulgor de aurora,
Diz-nos adeus religiosamente...
E eu que não creio em nada, sou mais crente
Do que em menina, um dia, o fui... outrora...
Não sei o que em mim ri, o que em mim chora,
Tenho bençãos de amor pra toda a gente!
E a minha alma, sombria e penitente,
Soluça no infinito desta hora...
Horas tristes que vão ao meu rosário...
Ó minha cruz de tão pesado lenho!
Ó meu áspero intérmino Calvário!
E a esta hora tudo em mim revive:
Saudades de saudades que não tenho...
Sonhos que são os sonhos dos que eu tive...Florbela Espanca
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Gostei muito do poema da Florbela Espanca,mas também gosto de te visitar e já há algum tempo que não o fazia.
Muitos beijinhos
Maria
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